Na leitura de hoje , fiquei maravilhada com os depoimentos,
pois alguns, me fizeram viajar ao meu passado, embora uma infância e uma
adolescência sofrida , mas feliz. Meus primeiros contatos com narrativas foi
com minha mãe, dona de casa, quase analfabeta, mas que á noitinha enquanto
consertava nossas roupas sob a luz de
lamparina ou de um lampião, nos contava as histórias de Pedro Malasartes.
Ficávamos embevecidos com seus contos. E quase todos os dias tínhamos os contos
que por ela dito “os causos”. Já na minha adolescência gostava de ler revistas
de fotonovelas e livros de romance. Com essas leituras eu me transladava para
outro mundo, o mundo dos sonhos e das fantasias, a imaginação dos personagens e
dos lugares citados nos livros.
Um dos depoimentos que mais me identifiquei, foi do
Psicanalista Contardo Calligaris, onde ele diz que ler é como um catálogo onde
construímos sonhos em cima de sonhos que já foram construídos. Ler é um meio de
sonhar a própria liberdade, “Porque ninguém é capaz de inventar uma vida a
partir de nada. Perfeito, eu não construi minha vida em cima de nada. Tive várias pessoas como
referência,. Algumas delas minha mãe, minha professora do quarto ano do Grupo
Escolar( que exigia que todos os dias lêssemos um texto em casa para apresentar
em sala de aula e que uma vez por mês lêssemos um livro e narrássemos a história
a história lida), com minha mãe tomei gosto pela narrativa e com D.
Ivete tomei gosto pela leitura.
Outro depoimento que me fez refletir bastante, foi o cantor
e compositor Gilberto Gil, onde ele conta que sua avó o apresentou ao mundo dos
livros, das histórias e das narrativas épicas. Responsável pela preparação das
refeições, enquanto a avó cozinhava, Gil e sua irmã executavam suas lições de
casa, e foi nesse ambiente de aroma das refeições que aprenderam geografia ,
história, aritmética, português e lia os livros de Monteiro Lobato. O mesmo
aconteceu comigo, foi na mesa da cozinha, que enquanto minha saudosa mãe
preparava nosso alimento que eu estudava, que lia os livros indicados por minha
professora. Um dos livros que me marcou
e que me apaixonei foi Polyana e Polyana Moça.
Para Antonio Candido a leitura é como uma satisfação das
necessidades básicas do ser humano. È através da leitura que ocorre a
humanização, enriquecimento da personalidade e do grupo por meio do
conhecimento. Para ele humanização é traços que julgamos essências, como
exercício de reflexão, da aquisição do saber, da boa disposição para o próximo,
o afinamento das emoções, o senso da beleza, a capacidade de penetrar nos
problemas da vida, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós maior
compreensão e nos torna aberto para a natureza, a sociedade e o semelhante.
Esse depoimento definiu por completo o porquê da importância de narrativa em matemática.
Já para Rubem Alves, A literatura é com um processo de
transformação. Quando lemos estamos comendo, bebendo para adquirirmos as mesmas
virtudes dos escritores. Compara ainda a leitura a um ritual antropofágico, como é o objetivo
da Eucaristia, come-se e bebe-se, a carne e o sangue de Cristo para ficar
semelhante a ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário